Usei maconha na gestação e agora?

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Usei maconha na gestação e agora?

 

Você descobriu que está grávida e, para aliviar o estresse e a ansiedade, teve o hábito de fumar maconha regularmente. Agora, com a notícia da gestação, a preocupação toma conta e você se pergunta: “Usei maconha na gestação e agora?”. Não se preocupe, você não está sozinha. Muitas mulheres passam por essa mesma situação e é importante entender os possíveis impactos do uso da maconha durante a gravidez.

A seguir, iremos abordar aspectos importantes sobre o uso da maconha na gestação, seus efeitos na mãe e no feto, bem como as possíveis consequências a curto e longo prazo. Além disso, vamos trazer informações sobre como lidar com essa situação e quais são as medidas que podem ser tomadas para garantir uma gravidez saudável.

Usei maconha na gestação e agora?

1. O que é a maconha e como age no organismo?

A maconha, também conhecida como cannabis ou “erva”, é uma droga psicoativa, ou seja, que tem o poder de afetar a mente e o comportamento. Ela é extraída da planta Cannabis sativa e seu principal princípio ativo é o THC (tetraidrocanabinol), responsável pelos efeitos alucinógenos e psicotrópicos.

Quando uma pessoa fuma maconha, o THC é rapidamente absorvido pela corrente sanguínea e transportado para o cérebro, onde se liga a receptores específicos que são responsáveis por produzir alterações psicológicas e físicas.

1.1. Efeitos da maconha no organismo

Os efeitos da maconha no organismo podem variar de acordo com a quantidade utilizada, a frequência e a sensibilidade de cada pessoa. Alguns deles incluem:

– Euforia e aumento do bem-estar;
– Alterações na percepção do tempo e do espaço;
– Mudanças no humor, podendo causar risos ou tristeza;
– Diminuição do controle muscular;
– Aumento da frequência cardíaca;
– Boca seca;
– Vermelhidão nos olhos;
– Aumento do apetite;
– Dificuldade de concentração;
– Alucinações;
– Ansiedade;
– Paranoia;
– Sonolência;
– Entre outros.

2. O uso da maconha na gestação

Ainda existem muitas dúvidas e mitos sobre a utilização da maconha na gravidez. É importante ressaltar que qualquer tipo de droga pode afetar a saúde da mãe e do bebê, mas os riscos e consequências específicos do uso da maconha durante a gestação ainda não são totalmente conhecidos.

O principal problema é que os estudos sobre esse assunto não conseguem isolar apenas o uso da maconha como fator de risco, pois muitas mulheres que utilizam a droga também são fumantes, consomem álcool e possuem outros hábitos prejudiciais para a gestação.

2.1. O que dizem os especialistas

Os especialistas alertam que o uso de qualquer droga durante a gestação pode provocar efeitos negativos no bebê, como baixo peso ao nascer, parto prematuro, alterações cognitivas e comportamentais, além de dificuldades de amamentação.

O médico obstetra e ginecologista Dr. José Maria Soares Júnior, em entrevista para a Revista Crescer, afirma que “a maconha é uma droga conhecida por provocar alterações na placenta e no feto, assim como tabaco, álcool e outras drogas”. Ele também ressalta que a maconha é uma droga que costuma ser fumada, e o ato de inalar fumaça é prejudicial para a gestante e para o bebê.

2.2. A influência da maconha no sistema endocanabinoide

Durante a gestação, ocorre uma grande atividade das células nervosas e do sistema endocanabinoide, responsável por regular funções importantes, como o desenvolvimento neuronal e a formação dos órgãos. Alguns estudos apontam que o uso da maconha pode interferir nesse processo, afetando o futuro desenvolvimento da criança.

3. Possíveis consequências para o bebê

Embora ainda não existam estudos conclusivos sobre os efeitos da maconha durante a gestação, alguns possíveis riscos para o bebê são apontados pela comunidade médica e científica. Entre eles, estão:

– Restrição do crescimento intrauterino, resultando em bebês com baixo peso ao nascer;
– Risco de parto prematuro;
– Distúrbios cognitivos e comportamentais, como dificuldade de atenção e hiperatividade;
– Prejuízo na formação do sistema nervoso;
– Alterações no sistema imunológico;
– Déficit de memória e aprendizado;
– Aumento do risco de desenvolvimento de transtornos psiquiátricos no futuro.

4. Como lidar com essa situação?

Se você descobriu que está grávida e fazia uso da maconha, é importante manter a calma e procurar ajuda profissional. O primeiro passo é conversar com seu ginecologista e obstetra, que poderá orientar sobre os cuidados a serem tomados e as medidas que devem ser adotadas durante a gestação.

Ainda é importante buscar apoio psicológico, pois o uso da maconha pode resultar em dependência e a preocupação com a saúde do bebê pode gerar ansiedade e estresse. Existem programas específicos para gestantes e mulheres que desejam parar de fumar durante a gravidez.

4.1. Redução de danos

A estratégia de redução de danos é adotada por alguns profissionais da saúde quando a gestante já possui histórico de uso de maconha e não é capaz de parar totalmente durante a gravidez. Nesse caso, a ideia é orientar sobre os riscos e minimizar os impactos negativos da droga na saúde da mãe e do bebê.

Algumas medidas que podem ser adotadas para reduzir os danos causados incluem a diminuição do consumo da droga e evitar o uso de cigarros de maconha, optando pelo uso de vaporizadores. Além disso, é importante manter um acompanhamento médico e manter hábitos saudáveis, como uma alimentação balanceada e atividades físicas leves.

5. Amamentação e maconha

Outra dúvida comum entre as gestantes que faziam uso da maconha é se é possível amamentar o bebê durante o período de aleitamento materno. A resposta é sim, porém, como a droga é transmitida pelo leite, é importante interromper o uso durante o período de amamentação.

Além disso, a maconha pode afetar o reflexo de sucção do bebê e interferir na produção de leite materno, dificultando a amamentação. O ideal é conversar com o médico e avaliar a melhor forma de alimentar o bebê.

6. Uso da maconha na gravidez vs. Uso do álcool e tabaco

Embora o uso da maconha durante a gestação possa trazer riscos para o bebê, muitas gestantes ainda se perguntam se é pior do que fumar ou beber durante a gravidez. A resposta é que os três comportamentos podem ser prejudiciais, mas cada um tem seus próprios riscos e consequências.

O consumo de álcool durante a gravidez pode resultar em uma patologia chamada de Síndrome Alcoólica Fetal, que pode causar danos físicos e mentais às crianças. Já o tabagismo pode prejudicar o desenvolvimento pulmonar do feto e aumentar o risco de problemas respiratórios após o parto. O uso da maconha, por sua vez, pode afetar o sistema nervoso e o desenvolvimento cognitivo da criança.

7. O que fazer quando o uso da maconha é o único método de alívio para a gestante

Para algumas mulheres, o uso da maconha pode ser a única forma de aliviar os sintomas de estresse e ansiedade durante a gestação. Nesses casos, é importante buscar outras formas de relaxamento que não envolvam drogas, como a prática de yoga, meditação ou outras atividades relaxantes.

Se mesmo assim o uso da maconha for a única forma de lidar com esses sintomas, é fundamental conversar com o médico e buscar orientações para minimizar os danos e garantir a saúde do bebê.

8. Cuidados pós-parto

Após o nascimento do bebê, a preocupação com o uso da maconha deve continuar. Isso porque, ainda que a droga não seja transmitida para o bebê durante a amamentação, caso a mãe volte a fumar, a fumaça pode ser prejudicial ao recém-nascido.

Além disso, é importante lembrar que a maconha permanece no organismo por algum tempo e pode ser detectada em exames toxicológicos, o que pode acarretar em problemas legais e até a retirada do bebê da mãe.

9. Riscos a longo prazo

O uso da maconha durante a gestação pode afetar a criança a curto e longo prazo. Alguns estudos sugerem que os filhos de mães que fizeram uso da droga durante a gravidez têm maior propensão a desenvolver transtornos psiquiátricos, como esquizofrenia e depressão, na vida adulta.

Além disso, a maconha pode afetar a memória e a concentração, o que pode impactar na vida acadêmica e profissional dessas crianças no futuro.

10. Fatores de risco para o uso de drogas durante a gestação

É importante lembrar que as causas e os fatores que levam uma gestante a fazer uso de drogas durante a gravidez podem variar. Alguns dos principais aspectos que podem influenciar nessa escolha incluem:

– Fatores genéticos;
– Situações de violência e abuso;
– Estresse e ansiedade;
– Depressão;
– Falta de apoio e rede de suporte;
– Histórico de dependência química;
– Traumas;
– Entre outros.

11. Conclusão

Diante de todos os aspectos abordados, é possível observar que o uso da maconha durante a gestação pode trazer riscos para a mãe e para o bebê. Ainda que os estudos sejam escassos e não exista uma conclusão definitiva sobre os efeitos da droga na gravidez, é importante lembrar que qualquer tipo de droga pode causar danos à saúde.

Por isso, é fundamental buscar apoio médico e psicológico, além de adotar medidas para minimizar os danos causados pela droga e garantir uma gestação saudável. Lembre-se sempre de conversar com um profissional de saúde e buscar alternativas saudáveis para lidar com o estresse e a ansiedade durante esse período tão importante na vida de uma mulher.

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